Você conhece a expressão economia porca?
Ganhar dinheiro não é tarefa fácil, ao menos para uma boa maioria da população. Sempre estamos buscando maneiras de economizar dinheiro de forma que consigamos fazer com que sobre mais dinheiro ao longo do mês.
Ao longo de nossas vidas vamos nos tornando mais exigentes com nossos gastos, selecionamos com o que gastamos nosso dinheiro. Podemos de acordo com as nossas experiências analisar o que é mais caro ou mais barato, o famoso custo/benefício. Mas uma coisa é você usar o teu dinheiro para comprar algo para você, sua família, sua casa e usufruir, outra coisa é despender de um valor para comprar algo mesmo que de forma coletiva e todos usarem.
Quando se trata de condomínio o assunto é sempre bem delicado. Os moradores sempre pensam de forma única ou egoísta e sempre pensam no valor do condomínio. Geralmente os moradores querem o valor do condomínio o mais baixo possível e acabam não se importando com o que tem ou o que não tem. Quando pensamos em melhorias para o condomínio, precisamos pensar no melhor custo/benefício. Quando falamos em contratação de serviços de portaria ou limpeza, a coisa pode ser mais crítica ainda. Qual a idoneidade da empresa? Quais os produtos e materiais que ela utilizará por exemplo? São produtos bons na limpeza? Não agride o ambiente? Recolhe os impostos de forma correta? Equipe operacional de apoio, uniformes, tudo precisa ser analisado.
Existem os famosos custos invisíveis que as empresas não colocam nas planilhas de custos e isso pode estourar para o lado do condomínio na questão trabalhista também, a famosa "economia porca". Não existe milagre, se a empresa promete "X" coisas com um preço "Y" e você tira certos valores, automaticamente deixará de receber certos serviços, como por treinamentos. A planilha de treinamentos e certificados existirão sempre, mas de fato houve o treinamento ou curso de reciclagem de funcionários?
Pouca gente dá atenção para outro assunto do condomínio - o funcionário com a figura de zelador ou manutenção do condomínio. Este profissional trabalha lado a lado com o síndico, é sua pessoa de confiança e acaba por executar outras atividades dentro do condomínio. Um bom bom zelador, profissional e capacitado tem seu custo e adianto que é acima da média, isso considerando os cursos e treinamentos necessários. Um bom profissional precisa ter sua documentação em ordem e principalmente as NRs. Eles acompanham prestadores de serviços em trabalhos em altura, executa medição de painéis elétricos e fazem pequenos reparos elétricos também e mesmo que não venha executar é sempre bom ter os cursos para poder cobrar dos prestadores. Tendo estes cursos e certificações, caso o funcionário sofra algum acidente, o condomínio pode se isentar de um prejuízo maior.
O síndico pode outro lado se encontrou uma determina empresa com valor "X" e esta promete determinados serviços dentro do escopo de trabalho/contrato, o síndico precisa conferir se realmente está sendo entregue tais serviços/benefícios estipulados dentro do contrato. Por exemplo: o condomínio paga por um determinado trato para a corte de grama ou roça da grama ou uma máquina limpadora de piso e constantemente o equipamento quebra e prejudica o desempenho do trabalho, tudo isso deve ser previsto e caso seja muito recorrente, descontado do valor a ser pago em nota fiscal.
Vale lembrar que a melhor maneira para a escolha da empresa terceirizada é sempre em assembleia. Eu sempre prefiro deixar para a assembleia escolher a empresa, os moradores escolherem, acho mais justo. Se você é síndico profissional ou morador, deixe que escolham. Você é apenas o síndico, não dono do condomínio e nem dono do dinheiro que está no caixa do condomínio. Apenas mostre os prós e os contras aos moradores, mas de forma imparcial e caso seja interessante, leve as empresas para reuniões. Outro importante ponto é jamais confie nas apresentações das empresas, sempre peça referências como clientes, outros síndicos e converse com eles.
Antes de assinar qualquer contrato, seja de serviço ou produto, tenha sempre uma assessoria jurídica para analisar e confeccionar o(s) contrato(s).
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